Texto em cadeia...

    Mais um trabalho realizado em colaboração com os alunos do secundário que integram este projeto - Gabriela Barros (10VB), José Pedro Couto (10VB), Ana Margarida Silva (10VC), e Joaquim Leal (11ºVB) -, a quem agradecemos a participação.

            O texto permanece em aberto. Poderão dar-lhe continuidade, para além de um título. Aceitem o desafio!

 

         Não sei o que pensas sobre o assunto. Há muito que tenho vindo a pensar em tudo isto... e não tem sido mesmo nada fácil. Só nos apercebemos das dificuldades das situações quando nos encontramos nelas. 

Sinto-me triste, magoada e desiludida, por não te poder contar nada do que ando a sentir. Queria dizer-te tudo e explicar-te que o que eu fiz foi para o nosso próprio bem.

Mesmo após todas as dificuldades, juntos ultrapassamos todos os obstáculos e construímos pontes para o nosso mundo, mundo este onde tu querias criar a nossa família, vendo naqueles enormes prédios reluzentes e naqueles longos rios o reflexo  da nossa felicidade.

      Por vezes, sinto que tudo foi em vão e que não me amavas verdadeiramente. Questiono-me e tenho uma ansiedade descomunal, travo todos os dias batalhas interiores contra mim mesma e tento controlar pensamentos à base de “porquê?” ou “será que…”. Isso mói-me, culpo-me todos os dias por nós.

Em determinadas situações, questiono-me se fiz algo menos certo. Duvido se deveria ter escolhido um caminho diferente do teu… Seria esse o caminho do nosso futuro? Estarias tu a querer levar-me para o que consideravas ser o nosso futuro habitat?…

Contigo tudo era diferente, mais fácil, mais alegre, mais leve…

 


Um parágrafo de cada vez...

Este é o resultado do trabalho coletivo do alunos do 2º e 3º ciclos do projeto. A ideia foi que cada um contribuísse para a construção de um texto, a partir de um início já registado, respeitando a lógica, sendo coerente, mas também imaginativo.

            O texto permanece em aberto. Poderão dar-lhe continuidade.

Agradecemos a participação dos alunos:

 

- João Nunes, 5ºVA

- Filipa Dias, 6ºVA

- Beatriz Barros, 8ºVB

- Henrique Ferreira, 8ºVB

- Francisca Torres, 9ºVB

- Ana Rita Rocha, 9ºVC

  

 

TEXTO EM CADEIA

 

            Era um dia como qualquer outro, ameno e calmo. A Primavera já se fazia anunciar, no canto dos pássaros, no despontar das folhas tenras, nas manhãs ainda frescas, mas bastante mais agradáveis… Enfim, a natureza no seu expectável ciclo renovador. O que aconteceu nesse dia é que foi totalmente inesperado…

            Todas as plantas começaram a falar, a cantar, algumas a correr, outras a andar, numa sinfonia não tão agradável. Tudo isto, de um minuto para o outro, como que enfeitiçados…

            As pessoas estavam espantadas e desconfiadas. O que havia de ser aquilo? Apesar de tanta coisa espantosa, já descoberta, nada deste género apareceu. Nunca!

          Biólogos chamados, polícia também. O que antes era estranho agora era motivo de caos! Toda a gente fechada em casa. Os religiosos diziam que era o diabo, os ateus diziam que era uma revolta da Natureza, e os biólogos não conseguiam explicar. O que é isto!?!?!

           Ninguém sabia. Sabiam sim que não era algo normal e comum. Plantas a falar, cantar ou até mesmo a correr? De facto, era algo que nos causava estranheza. Todos se juntaram e tentaram perceber o acontecido…

             Parecia algo tirado dos livros de fantasia: as pessoas espantadas, mas curiosas, começaram a falar com as plantas, a tentar perceber qual era a razão daquilo estar a acontecer, tão entretidas a falar umas com as outras que nem se aperceberam que os humanos queriam falar com elas para ajudar e esclarecer este acontecimento tão marcante. Até que... havia uma flor tão bela e tão sozinha num canto, afastada de todo mundo e plantas, se apercebeu que  uma menina tentava conversar com ela.

            Por mais curiosa que estivesse, a menina tinha algum receio de falar com a flor. Poderia vir a ter respostas de todo o tipo, ou até mesmo não ter resposta alguma:

- Olá, senhora flor- disse a medo- poderia responder-me a algumas questões? Claro, se não se importar...

- Sim, minha querida, pergunta-me o que quiseres!- respondeu a flor.

- Qual é o nome desta linda flor? - perguntou a menina.

- Eu sou a Mãe Natureza. Fui eu que enfeiticei estas plantas todas, para chamar a atenção dos humanos, sobre o aumento da poluição no planeta Terra.

- A sério? Ainda não ouvi falar disso!

- Pois, é que até aqui as plantas não tinham voz, agora que a têm, estão demasiado animadas a falar umas com as outras e a passear, em vez de passarem a mensagem aos humanos… Podes ajudar-me?

         (...)