Mais um texto com "palavras (des)confinadas" da Gabriela Barros, do 10ºVB. Uma bela partilha.
Gostaria de dizer que sei me exprimir por
palavras, tanto escritas como ditas, mas, infelizmente, não sei. Tento dar o
conhecimento dos meus sentimentos por atos, que muitas vezes não são
reconhecidos, por serem pequenos.
Mas o que posso eu fazer?
Tento escrever, o que me ajuda um pouco. Tento dançar, mas sou péssima. Tento
cantar (nem falo do quanto se assustariam ao ver-me fazê-lo). Porém, quando
tento demonstrar os meus sentimentos por atos, não sou muito bem recebida.
Porque a verdade, que custa a muitos aceitar, é que nós, seres humanos,
gostamos de palavras bonitas, gostamos de ouvir o que nos agrada, mesmo quando as
palavras não são verdadeiras.
Sentimentos. Muitos, como
eu, não os conseguem exprimir, pois é difícil. É realmente difícil. E, um dia,
devido a essa dificuldade, vamo-nos arrepender de não os expressarmos, de
não dizermos o que realmente sentimos. E poderemos perder para sempre essa
oportunidade, pois a vida não espera por nós e pelas nossas complicadas
emoções. O tempo passa como um sopro e, quando percebemos, já não podemos fazer
mais o que dizíamos que faríamos.
Gostaria, por vezes, de ser mais fácil. Gostaria de conseguir dizer aos que mais amo que os amo. Mas proferir esta palavrinha, com apenas duas vogais e uma consoante, é mais complicado para uns do que para outros. Somos todos diferentes. Com as nossas personalidades complexas. Com os nossos pensamentos estranhos. Com as nossas formas invulgares de nos expressarmos. Com os nossos sentimentos a ferver a todo vapor, como um vulcão prestes a entrar em erupção.
Por isso, escolhi a música. Não para a tocar, já que não o sei fazer. No entanto, escolhi-a como aliada dos meus sentimentos, dado que é a única que parece compreender-me. A música deixa-me ser livre. Vê-me a dançar e, por mais horrível que seja a fazê-lo, não me julga. Ouve-me a cantar, desafinadamente, mas a cantar como se fosse uma profissional. Acompanha-me nas minhas tentativas de escrever alguma coisa que preste. Ela, certamente, é a minha companheira quando mais preciso. A única que sei que me vai compreender verdadeiramente. A música é a arte dos sons e dos ritmos e é, de certeza, a arte que mais aprecio.
Gabriela Barros, 10ºVB
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