O desafio era este: começar com uma palavra e ir dobrando o seu número, num exercício desbloqueador da escrita. Os resultados surgiram, com a qualidade e a criatividade que podem comprovar. Parabéns a estes nossos participantes do ensino secundário!
Acordou.
Quem? Onde?
Lentamente, abriu os olhos.
Habituando-se à luminosidade, começou a observar a paisagem.
Um bosque. Sentia a erva com orvalho a roçar-lhe os
tornozelos descalços; o vento sibilava, misterioso.
Ouvia o cantar dos pássaros ocultos nas copas das árvores
verdejantes. Ouvia também outro som, que rapidamente reconheceu como sendo o de
água corrente. Um rio? Curiosa, caminhou em direção ao som.
O trilho era plano, a relva e vegetação cuidadas como uma
espécie de jardim. Não havia uma única nuvem a manchar o azul do céu; o sol
brilhava, radiante. Uma paisagem tão perfeita e pacífica que não se
surpreenderia se lhe aparecesse uma fada. Enquanto tinha estes pensamentos, o
som da água tornava-se mais e mais intenso. Mas quando chegou ao riacho, parou,
chocada.
À esquerda o terreno subia, e descia para a direita. E, no
entanto, o rio corria em direção às colinas. Moveu-se lentamente em direção à
água cristalina. Viu o reflexo de uma bela jovem, com cabelo loiro cuidado,
cortado pelos ombros, uma franja reta. Foi rapidamente interrompida por um
barulho vindo dos arbustos. Avançou, cautelosa; e, quando estava a um passo da
vegetação, algo saltou dela diretamente para a sua cabeça. Ela gritou e deu um
salto para trás. A medo, tocou no bicho, ainda em cima de si. Tinha pele macia,
com pelagem curta e sedosa. Vendo que o toque não produzia resposta, agarrou-o
com a outra mão e levantou-o. Era leve, algo mole e muito fofo. Pousou a
criatura no chão, com apreensão cuidadosa, e observou-a.
De violenta e assustadora, esta não tinha nada. Na verdade,
era bem adorável: olhava-a com curiosidade uma espécie de gato preto, com pelo
mais raro e curto que o normal, e uns grandes olhos sonhadores. Que rapidamente
ganharam um tom irritado. “O quê, nunca viste?” - para surpresa da menina, era
o gato que falava. Olhou-o, pasmada. “Segue-me.” – replicou o felino, com um
suspiro. Começaram a caminhar em direção às colinas; o gato ia-se explicando.
“O meu nome é Ben. Deves estar a perguntar-te que sítio é este. Estamos no Bosque
Desencantado, e este é o Rio Contrário. Se seguirmos a corrente durante alguns
quilómetros, chegamos à Gatunlândia, a cidade dos Gatos Falantes, a minha
espécie.” Ben contava à menina a história da cidade, como os seus antepassados
tinham conquistado aquele pedaço de terra num fim-do-mundo e transformá-lo numa
cidade cosmopolita cheia de luz e de vida. “O nosso líder, Dante Felinstein, irá
explicar-te o motivo de estares aqui, mas ele é um pouco… err… bem, já vais ter
o prazer de o conhecer. Já estamos quase lá.” E estavam, de facto. Já se
começavam a ver luzes e colunas de fumo ao longe. Mais alguns minutos a
caminhar e a menina começaria a ter uma visão mais nítida da cidade:
arranha-céus de chapa erguiam-se, luminosos, com uma beleza algo brutesca,
cercados por veículos aéreos e vapor. Tudo era vapor, luzes e chapa: o perfeito
exemplo de uma cidade steampunk, diretamente saída de um conto
distópico. Via centenas de Bens com óculos de aviador e gabardines.
Estes conversavam e conduziam mini aeroplanos a vapor,
aterrando em cervejarias publicitadas por enormes sinais vermelhos, piscando
incessantemente. Tubos de cobre e passadeiras hidráulicas serpenteavam por tudo
o que era espaço livre na urbe. Nestas, trabalhadores cansados comutavam do
trabalho para casa, depois de um longo dia a produzir peças metálicas para
máquinas a vapor em máquinas a vapor metálicas. A menina estava demasiado
imersa nos sons e luzes da cidade para refletir sobre a sua assustadora falta
de floradd. Mal pôs pé debaixo do enorme letreiro de entrada da Gatunlândia,
Ben e a companheira foram recebidos por uma pequena aeronave, com asas de
couro, conduzida por um robôzinho engraçado, com uma lâmpada em vez de cabeça.
“Entrem.” – soou uma voz metálica pelo altifalante da avioneta. E assim
fizeram; em poucos minutos, chegaram ao topo do maior arranha-céus de toda a
cidade. Aterrando numa plataforma, um gato-mordomo recebeu-os e conduziu-os a
uma pequena sala de espera no seu interior. “Por favor sentem-se. O Dr.
Felinstein está à vossa espera.”. Ben pareceu nervoso. De dentro do gabinete,
vinham berros; ouvia-se vagamente o que parecia ser um chefe muito zangado a
despedir um funcionário muito assustado. E de facto, segundos depois, a porta
bateu e uma gata chorosa saiu. “SEGUINTE!” – berrou a voz zangada. Ben e a
menina foram conduzidos para dentro do gabinete. Sentado atrás de uma
secretária em forma de báu gigante, estava um gato grande, gordo, com uma
expressão irritada e pelo malhado como o de um tigre. Fez sinal para se
sentarem. Falava rápido, numa voz rouca e grotesca. “O meu nome é Dante
Felinstein – para ti, Senhor Felinstein – e sou o presidente da Gatunlândia.
Este é o Ben – já conheceste o Ben? - a quem eu ordenei que te raptasse e
trouxesse até aqui.” “Raptar? Como assim rap-“ – a menina falava pela primeira
vez, numa voz doce e assustada. “Está calada e deixa-me falar. Precisava de
mais humanos para operar as grandes máquinas, por isso mandei raptar… talvez
sessenta miúdos. Como tu. O teu nome era Mariana e vivias numa casa pobre no
Porto. Agora és a operária número 5548.” Ben estendeu-lhe um fato de macaco cinzento-rato
e indicou-lhe a porta, murmurando um “desculpa”. Os meses seguintes passaram
rápido: uma revolução começava a surgir no seio da fábrica de peças
hidráulicas, entre Mariana e as outras crianças. Um dia, decidiram por o seu
plano em prática: não ir trabalhar. Enquanto os guardas estavam à sua procura, as
crianças voavam até ao topo do arranha-céus de Dante, onde, evitando mordomos e
soldados, o raptaram, e abandonaram no meio do Bosque Desencantado, salvando a
Gatulândia da sua tirania. Gratos, os gatos pediram a Mariana que ficasse e
liderasse a cidade. “Não posso – tenho de voltar para casa. Ben, apesar de
tudo, sei que tens bom coração. Por favor, toma o lugar de presidente. Por
mim.”. E assim fez. Claro que tudo isto aconteceu há muito tempo, e já ninguém
vivo na Gatunlândia se lembra de Mariana – mas a sua estátua de cobre no
coração da cidade torna eterna esta história.
----------------------------------------------------------
Joaquim Leal, 11ºVB
Chove…
Água cai…
Uma localidade ou acontecimento?
São as duas: uma localidade e um acontecimento.
Não sabiam? Não é freguesia, apenas um lugar da freguesia de S. Mamede de Recezinhos, Penafiel.
Estas duas palavras - “Água cai” - em conjunto têm vários significados. Estamos em Portugal e, por isso, estes são apenas dois deles, sendo um deles bastante desconhecido para algumas pessoas, não é verdade!?
O que é que eu estava a dizer…!?
Já me lembro, estava a falar do tempo. Tenho de arranjar motivo de conversa, pois nunca sei o que dizer quando estou a falar com alguém, ou pelo menos a tentar… Não sou daqueles jovens extrovertidos e muito sociáveis. Prefiro adquirir conhecimento a descobrir coisas, fisicamente ou virtualmente (internet, Youtube, pois não tenho nenhuma rede social).
Tendo em conta que estou a falar dos
meus gostos, vou dar-me a conhecer mais um pouco.
Eu considero-me um pouco diferente
desta geração a que pertenço. Para além de ser menos tecnológico, e esta é a
principal diferença, eu gosto muito de construir miniaturas de veículos e
muitas outras coisas, com os mais diversos materiais, mas essencialmente
madeira e ferro. Gosto de consertar eletrodomésticos, máquinas elétricas, a
combustão, veículos… tudo que eu e as minhas ferramentas permitirem. E também
gosto de ler e de escrever poemas, apesar de que desde o fim do 9º ano não
tenha tido muita inspiração para tal.
Espero que tenham ficado a conhecer
um pouco sobre mim, e se o suposto era escrever uma história, considera-se isto
um pouco da minha.
--------------------------------------------------------------------
Diogo Sousa, 11ºVD
Anoiteceu.
Tudo mudou,
algo inexplicável havia
acontecido.
Ninguém sabia o que era ou
quem era,
todos sabiam que algo não estava certo e que o
que aconteceu iria mudar o mundo.
No dia 17 de abril de 109, por volta da 1:43 da
manhã, entrou na atmosfera algo nunca antes visto e que não havia sido detetado
pela WSO (World Space Organization), aquela
que
era a mais sofisticada e mais avançada organização da galáxia. Esse
acontecimento viria a mudar a história, e ganhou até o nome “The first
cosmic contact”, o próprio nome diz tudo. Nesse dia contactamos pela
primeira vez com aqueles que viriam a ser os nossos novos amigos. Hawkes de nome,
tinham várias parecenças com uma ave que havia entrado em extinção na Terra,
o falcão - daí o nome Hawkes. Estes não
sabiam comunicar através da nossa língua, e foram precisos anos para arranjar
um meio para comunicarmos com eles. Foi assim que surgiu o “ MockingBird
“, um dispositivo que nos permitia fazê-lo. Este aparelho veio mudar várias
coisas na nossa vida, desde a descoberta que estes eram de outra galáxia até mesmo
à descoberta de outros tipos de vida no universo.
Atualmente, 22
de maio de 158, podemos observar a cooperação entre Hawkes e humanos, e já
conseguimos descobrir mais sete diferentes tipos de seres extraterrestres.
Acredita-se que em 200 já sejamos capazes de comunicar com todos, isto tudo
graças aos Hawkes, uma vez que, mesmo que por engano, embateram naquele que é o
famoso
Planeta
X.
---------------------------------------------------------------------
Sem comentários:
Enviar um comentário