A matemática do amor numa história brevemente contada

 E este são mais alguns dos originais trabalhos dos nossos alunos de 2º e 3º ciclos que responderam ao desafio "Ai... o amor!







Amor incalculável…

 

Estava sozinho, naquela noite de múltiplas estrelas. Pares passeavam pelas ruas, dançavam ao som da música. Mas para ele aquela alegria não existia. Tinha uma vida dura, horas no trabalho que pareciam que eram multiplicadas e nunca mais acabavam, um ordenado mínimo…

Ele era o múltiplo comum a tudo o que era tristeza e trabalho. O seu coração precisava de uma outra metade para estar completo.

Uma rapariga estava sentada no café, também sozinha. O seu coração também precisava de uma outra metade. A ela juntou-se alguém e ficaram a conversar. O rapaz, ainda sozinho, reparou que esse alguém era um amigo seu.

A noite dele estava cada vez pior. Decidiu então subtrair um pouco daquela solidão e somar uma noite de sono.

Passava em frente ao café, a caminho de casa, quando o seu amigo o viu e lhe disse para se adicionar ao grupo. Aceitou. Entretanto, o outro rapaz foi-se embora e os dois, ele e a rapariga só, ficaram a conversar.

Apaixonaram-se. A imagem de um estava somada no coração do outro. Subtraíram-se as solidões e tristezas e, mesmo com vidas difíceis, a presença de um aumentava a felicidade do outro, e subtraía a tristeza de ambos.

                                                                                                                                                                                                                                                                                      Henrique Ferreira, 8ºVB

 


                                              A soma da nossa amizade

 

Tempo curto como o vento a soprar, e eu aqui, minha querida Gertie, sentada neste cadeirão que a multiplicar pelos anos me lembra o nosso tempo juntas. Sentavas-te aqui a ler Jane Eyre, por um milésimo de segundo que fosse, aproveitavas a leitura, fazias dela uma vida, algo em que se acredite só de te ouvir.

A solidão é tão triste! Os segundos passaram a ser minutos, os minutos horas e por aí adiante.... Ainda tenho aqui os teus livros, os poemas que fazias para mim. Lembras-te das enormes festas que dávamos juntas quando o Sr. Ígor Stravinsky tocava aquelas belíssimas canções no piano da sala? O diâmetro de tanta loucura, de tanta paixão pela vida, é maior que o próprio sol… Os teus cabelos a ficarem já para o cinza como a cor de um elefante, uma imaginação e inteligência que era o triplo da de grandes senhores….      

Por incrível que pareça, estou a parcelar esculturas e livros. Eu sei com esta idade é um absurdo, mas nunca é tarde demais para gostar de algo. Ontem li uma frase que realçou os meus olhos: “ Até a diferença se pode juntar.” Pois é mesmo assim, minha querida Gertie, sabes o porquê? Um triângulo e um quadrado são completamente diferentes, mas mesmo assim juntam-se e fazem uma belíssima forma geométrica…. Era como nós no nosso tempo. Aquela amizade que sempre foi uma incógnita para os outros, mas estava bem claro como a água que era AMOR, um profundo amor entre seres humanos que ficaram juntos a vida inteira. Até ao dia de partires…       

Tenho aplicado tempo a coisas que fazias, tento descobrir o que têm de interessante e devo dizer-te: agrupar todos aqueles cantos de experiências foi o produto de tantos anos vividos sem arrependimento algum de nos juntarmos.

Tornamo-nos uma inspiradora história que espero que venha a ser contada pelas próximas gerações, a história de uma paixão entre duas melhores amigas - Joanne e Gertie.

                                                                                                 Ana Rita Lopes, 9º VC


 



Sem comentários:

Enviar um comentário