O título era longo, mas a história breve. E os nossos alunos do 2º e 3º ciclos estiveram à altura. Ora vejam os exemplos.
A garrafa de água
Certo dia, a garrafa e a água zangaram-se, mais uma vez. Desta vez era porque a garrafa estava farta que a água a molhasse! Estas zangas aconteciam praticamente todos os dias, umas vezes porque estavam apertadas, outras porque a garrafa nunca deixava a água sair, entre outros motivos.
A certa altura, concluíram que não valia a pena zangarem-se, uma vez que estavam juntas contra a sua vontade, de uma forma ou de outra. Decidiram então conciliar-se. Eram agora grandes amigas e conversavam todo o dia e toda a noite.
Um dia, foram comprados e foram para um novo lugar, a dispensa da Maria. Lá tinham companhia de outros seres diferentes, ao invés de mais garrafas de água egocêntricas. Lá existiam todo o tipo de seres, dos mais simpáticos aos mais rudes, dos mais deliciosos aos mais nojentos, dos mais vulgares aos mais raros…
A situação foi mudando e, dada a cada vez mais forte amizade entre as duas, uma noite, com a ajuda das latas de feijão, a garrafa decidiu pedir a água em namoro. Ela aceitou e, durante semanas, foram muito felizes.
Aconteceu que um dia a Maria tirou a garrafa do armário e bebeu a água que estava no seu interior, fazendo com que a água e a garrafa se separassem involuntariamente.
Maria colocou a garrafa na reciclagem, mas a garrafa escondeu-se dentro do ecoponto, pois sabia que não conseguiria amar mais ninguém.
Filipa Dias, 6ªVA
A outra "metade"
Certo dia, na cozinha, uma garrafa e um bocado de sumo acordaram no meio do chão. No início, parecia tudo normal, até que estes dois começaram a sentir um vazio. Parecia que algo muito importante tinha desaparecido, por isso, esconderam-se numa toca que já teria sido de ratos, mas era um pouco apertada.
Só passado uns minutos é que se deram pela presença um do outro. Cumprimentaram-se e depois descobriram que tinham ido para ali pelo mesmo motivo: ambos sentiam que tinham perdido o seu “tesouro”.
Um dia, quando se encontraram e se olharam cuidadosamente, descobriram que um era o tesouro do outro. Então, o líquido aconchegou-se dentro da garrafa e juntos passaram a viver muitas aventuras, pois nunca estavam sozinhos.
Finalmente estavam felizes, porque encontraram a sua metade e sentiam-se completos.
Tiago Costa, 5ºRC
O amor de irmãs
Por entre gerações e gerações, esta história foi contada na minha família. E agora, chegou a minha vez de a contar.
“Eram sete, sete irmãzinhas. Gémeas, completamente iguais. Partilhavam todos os segredos, contavam tudo umas às outras. Todas as pessoas que viam passar, todas as vezes que acontecia chegarem perto, achavam que iam ser levadas para casa de alguém. As lindas canetas vermelhas tinham uma errada ideia do que seriam as suas vidas, quando fossem compradas.
Esse dia chegou com a entrada de um rapaz alto, loiro e de olhos azuis que escolheu a embalagem onde estavam as sete irmãs. Apesar de ser invisível aos olhos humanos, o sorriso rasgado de cada uma delas era lindo, harmonioso de ser ver. Após se aperceberem que não iam ser colocadas juntas, choraram e lamentaram-se umas às outras. Começaram a ver as irmãs a partir, sem poder impedir. Tentaram, com muito esforço, mentalizar-se de que todas ficariam bem. Uma a uma foram saindo e deixando a embalagem sem nada.
Apesar de ser arrogante, a senhora Embalagem ficou muito triste e sentiu-se vazia sem as suas lindas vermelhinhas.”
Francisca Torres, 9º VB
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