Vejam lá se a Ana Beatriz Alves, do 8ºVB, a Ana Rita Rocha, do 9ºVC, a Beatriz Barros, do 8ºVB, a Filipa Dias, do 6ºVA, a Francisca Torres, do 9ºVB, o Henrique Ferreira, do 8ºVB, o João Nunes, do 5ºVA, a Matilde Nogueira, do 6ºRB, e o Tiago Costa, do 5º RC, não contribuíram com originalidade para uns interessantes "Inventários absolutamente (des)necessários"?
Inventários absolutamente (des)necessários!
Vejam lá se a Ana Beatriz Alves, do 8ºVB, a Ana Rita Rocha, do 9ºVC, a Beatriz Barros, do 8ºVB, a Filipa Dias, do 6ºVA, a Francisca Torres, do 9ºVB, o Henrique Ferreira, do 8ºVB, o João Nunes, do 5ºVA, a Matilde Nogueira, do 6ºRB, e o Tiago Costa, do 5º RC, não contribuíram com originalidade para uns interessantes "Inventários absolutamente (des)necessários"?
Outros textos do desafio "Um texto cada vez maior"
Partilhamos mais três trabalhos resultantes do desafio lançado ao grupo do secundário. Boas leituras!
Amanheceu.
O céu
brilhava
muito mesmo,
mas eu
acordei triste.
Acordei
triste por estar sozinha.
Eu e
ninguém, apenas eu e
somente
eu…eu de novo, eu e
apenas eu…a
verter ansiedade e solidão por
estar
novamente a viver mais um dia comigo mesma.
Porém levantei-me,
apesar de frustrada tinha de aprender a viver.
Fui para a
escola com os meus fones postos e um
sorriso
forçado. O que me custava era estar nas aulas, porque por
mais que
tentasse não conseguia concentrar-me. O meu âmago fragilizado e a minha
consciência
não o deixavam. Quando bateram as 12 horas fui almoçar. Apesar de detestar
a escola
nova, gostava da hora de almoço, pois era quando podia ouvir novamente música.
Não gostava
muito do meu curso… ou pelo menos tinha imensas dúvidas se era o que
queria
verdadeiramente…ou o que os outros queriam e me forçavam a gostar… Entrei em
aulas novamente.
Nessa mesma
tarde, a minha professora de inglês faltou e tivemos uma substituição de uma
professora bastante diferente…
Ela tinha
gostos não muito comuns, com os quais me identificava bastante, tinha o cabelo
vermelho, igual ao meu
e vestia-se
maioritariamente de preto e amarelo, que por sinal eram as minhas cores
preferidas, de facto era muito bonita.
Começou por
se apresentar, disse-nos que se chamava Viollett e que de facto não era uma
professora, mas sim, uma psicóloga.
Fiquei em
pânico, comecei a suar e as lágrimas vieram-me aos olhos, pois apesar de
ninguém saber tinha muito medo de psicólogos.
Acho que a
Viollett se apercebeu disso, pois olhava várias e várias vezes para mim, até
decidiu dizer algo que precisava de ouvir.
“Não se preocupem meus caros, só venho aqui
falar convosco sobre a VIDA, apenas quero saber o vosso nome e idade e nada
mais!”
Quando
acabou de falar ela piscou-me o olho, fiquei bastante desamparada e até me
questionei se de facto aquela piscadela estranha era mesmo para mim!
O primeiro
tempo de aula foi chato e repetitivo, o João, um rapaz da minha turma até tinha
adormecido, porém no segundo tempo de aula a
psicóloga
falou de assuntos como a ansiedade social, sentirmo-nos sozinhos, pressão
familiar, escolar e muito os outros assuntos que me tocam bastante e são
importantes falar, acrescentou:
“Às vezes
sentimo-nos tristes e solitários… a realidade é mesmo essa, só nós sentimos, porém
não estamos... Não podemos ser egoístas connosco mesmo, porque nem tudo é culpa
nossa!”
Naquele
mesmo instante, foi como se o céu voltasse ao seu verdadeiro brilho, o brilho
que eu precisava de voltar a ver… Desfiz-me em lágrimas e a Viollett simplesmente
voltou a
piscar-me o olho e saio da sala. O Francisco, um menino que na altura era da
minha turma, veio ter comigo e simplesmente deu-me a mão e abraçou-me…
Foi naquele
dia que… Faz hoje precisamente vinte e quatro anos que conheci o meu atual marido.
Foi exatamente naquele dia que mudei comportamentos e me aceitei, tudo graças a
ela…
Quanto à
Viollett, não sei o que dela é feito, já a tentei encontrar em redes sociais,
tentei ir a antigas escolas onde foi psicóloga. No entanto, a verdade é que nem
eu nem o Kiko a encontrámos, o certo é que até hoje contámos essa história aos nossos filhos e tratámo-la como um milagre. Se és um Viollett ou a própria Viollett... Muito obrigada!
Ana Margarida Silva, 10ºVC
Desenho.
No quadro.
Cintilava, pois é especial.
Para a menina de cabelos loiros, quase
brancos,
e para o seu avô, que fica encantado com
o sorriso da sua neta mais nova.
Sempre, passaram
os seus tempos livres juntos, a ver a arte que um dia foi criada por um pintor
já não muito conhecido. A sua arte era verdadeiramente amada por aquela
criança.
Aquela mesma
criança que um dia cresceria e tornar-se-ia uma jovem amante de desenho e
pintura e, pelas suas palavras, seria uma grande artista como o seu velho avô
que tanto ama e venera. Aquele homem, que tanto ama a sua neta, ensina-a a
apreciar a arte que um dia desenhava com tanto apreço e instrui aquela menina
loira sorridente, para cada dia ser melhor.
Os dias foram
decorrendo e, quanto mais tempo passava, mais aquela dupla se amava e acabaram
por se tornar os companheiros de todos os dias. Como parceiros de crime, eles,
nunca se separavam. Diziam, até, que pareciam ter uma cola resistente entre
eles, que nunca os deixava despegar. Uma menina de dez anos que chama o seu avô
de camarada, e um velho de setenta anos que chama a sua neta de sócia.
Como bons parceiros, eles cometiam vários crimes, que diziam ser catastróficos.
Desenhavam figuras abstratas, paisagens, homens e mulheres desconhecidos que
passavam pela humilde casa do velho, crianças em parques, e vários outros
elementos que quando viam os inspiravam. E, em todos esses desenhos, o camarada
ensinava, sempre, alguma coisa, por mais pequena que fosse, à sua sócia.
Passaram-se anos
e, quando a menina olhou para o seu passado, percebeu que tudo tinha valido a
pena. Contemplou a campa do seu avô, ali à sua frente, e chorou. Mas desta vez
chorou de alegria, por perceber o quanto sentia falta do seu camarada, mas
também, por perceber que se não fosse ele, ela, a sua sócia, não
conseguiria chegar até onde está hoje. Uma das mais reconhecidas pintoras a
nível europeu.
Gabriela
Barros, 10ºVB
(1 palavra) Era
(2 palavras) início de
(4 palavras) verão, os dias passavam
(8 palavras) a ser mais longos, mas
nem por isso
(16 palavras) as noites passavam a
ser mais curtas. A cidade começava a inundar-se de adolescentes que, com
(32 palavras) o seu espírito jovem,
procuravam aproveitar ao máximo tudo aquilo que esta estação lhes tinha para
oferecer. As praias começavam a ser mais frequentadas e a geladaria que ficava
perto do areal
(64 palavras) registava, como já era
habitual, maiores lucros nesta mesma altura. Todo este rebuliço provocava em
mim uma felicidade inexplicavelmente estúpida. De manhã, levantava-me cedo, e tinha
como ritual ir até à praia dar um mergulho. Sentir o meu corpo submerso e a
salinidade da água nos meus olhos ao regressar à superfície faziam-me sentir
viva. De tarde, preocupava-me em encontrar-me com aqueles que chamo de amigos.
Íamos até ao centro da cidade e ficávamos horas
(128 palavras) a
fio num café, espaço que frequentávamos com bastante regularidade. Garanto que
se as paredes daquele estabelecimento falassem, sabiam todas as nossas melhores
histórias, todas as nossas maiores preocupações e até mesmo todos os nossos
sonhos. À noite, íamos até um jardim simplesmente para dar continuidade a tudo
aquilo que fazíamos durante a tarde. Nunca nos cansávamos de conversar, e por
muito que as pessoas ao redor achassem as conversas supérfluas, só nós tínhamos
a capacidade de entender que não era bem assim. Aquelas conversas tornavam a
nossa amizade mais orgânica e, como se costuma dizer, é sempre bom ouvir
uma voz amiga. Estes eram os meus dias de glória, os dias em que fui
genuinamente feliz, os dias que sorrio ao lembrar e que vão desaparecendo ao
longo da minha existência.
Mariana
Pacheco, 10ºVC
Histórias que começam... assim.
Este foi o desafio lançado: a partir de algumas sugestões de inícios de histórias já existentes, escolher um e desenvolver um texto original. Partilhamos alguns desses textos, realizados por alunos do 2º e do 3º ciclos. Apreciem.
O VENTO DA VIDA
É inacreditável! Quem é
que me explica o que aconteceu? Já é o terceiro dia que passo deitado no sofá,
e tremo de medo. Não compreendo nada. (in
Como se chama, Daniil Harms)
Sinto-me tão sozinho, com
medo… É algo que não consigo explicar. Será que estou a morrer? Será que é a última
vez que vou respirar, sorrir, estar com a família? Sei que estou velho, mas
ainda tenho muita coisa para fazer e dizer aos que mais amo. Não me posso ir
assim. Tenho de ter forças e aguentar só mais um pouco.
Ai!… Ainda me lembro daquela
altura em que te conheci, daqueles teus olhos azuis que me faziam lembrar o meu
tempo de marinheiro, o céu que me guiava para o além… Quando não tinha sono, lembrava-me
do teu riso, dos teus sonhos, das tuas mãos rugosas mas suaves. Recordo-me de
quando a Clara, a nossa neta, nasceu… O tempo passou tão rápido… Já tem oito
anos! Tem os teus traços, sabias? Sei que o tempo não te deixou vê-la crescer,
mas ela pergunta muitas vezes por ti de como eras e de como serias se
estivesses cá. Ela tem uma paixão por ti tão grande!... Sinto saudades… Saudades
de ver a família aqui, todos a comer, a sorrir… Agora sou só eu. De vez em quando
aparece aqui gente, mas a maior parte do tempo que passo é sozinho, a falar
para ti como se estivesses ao meu lado. É uma idade bonita… mas triste. A memória
e a alma é tudo aquilo que resta neste corpo velho e enferrujado… Ainda não sei
o que se passa, não entendo nada, o porquê de estar neste estado há três dias,
sem poder comer nem pedir ajuda, pois sei que ninguém iria ouvir.
Já estou cansado de falar.
A boca começa a ficar seca e o meu respirar está a abrandar cada vez mais. O
que menos esperava está prestes a chegar, mas ao mesmo tempo quero ir para te
ver, para falar contigo, abraçar-te, chorar e rir. Digo um adeus a todos os que
amo, que a saudade vai ser imensa e a dor de vos deixar a chorar e de vos ver
vestidos com cores escuras vai partir-me o coração em pedaços. Mas a escolha
não e minha. E vou dizer olá a alguém que espero ver há já algum tempo. Adeus a
todos vocês… Com um enorme carinho do vosso avó e pai… Manuel.
Ana Rita Rocha, 9ºVC
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A
HISTÓRIA DO PEQUENO POLEGAR
“Mal sabia o pequeno Polegar, quando,
abandonado na floresta, espalhava pedrinhas para assinalar o seu caminho, que
era seguido por uma avestruz que devorava as pedrinhas uma a uma. A verdadeira
história é esta, e foi assim que aconteceu...” (in Histórias
para meninos sem juízo, Jacques Prévert)
O pequeno Polegar teve uma grande discussão
com os seus irmãos - o Indicador, que trabalhava na receção da Escola dos
Dedinhos a contar os alunos, o Mal Educado, que era o irmão do meio, o Anelar,
que era o mais velho e já estava casado, e o Mindinho, que era tão novinho que
ainda nem sequer sabia falar. A discussão é um pouco encadeada, pois os irmãos
nunca se deram bem, e os pais, a Mãe Direita e o Pai Esquerdo, discutiram por
causa deles, atribuindo os problemas de educação um ao outro:
- A culpa é tua, pois enquanto eu trabalho
no barbeiro com a minha máquina corta-unhas tu estás a ver as telenovelas no
sofázinho e os nossos dedos andam á batatada! – insulta o Pai Esquerdo.
-Tu falas muito, mas enquanto eu cuido dos
dedos, tu em vez de trabalhares andas a dedilhar -namorar- com a Srª. Ambidestra!!
Depois os filhos seguem a má educação do Pai, claro!!! - defende-se a Mãe
Direita.
Também os filhos discutem entre si, devido à
discussão dos pais:
- Estás a ver? A culpa é tua, ó Mindinho, tu
estás sempre a chorar! – reclama o Mal Educado.
- A culpa é de vocês todos, que enquanto eu
estou em casa da Menina Anelar- a mulher do Anelar- vocês estão cheios de
ciúmes…- ia dizendo o Anelar. Porém foi interrompido.
- Está calado, ó velhote, enquanto estamos
aqui em casa tu estás a dedilhar com a Menina Anelar em vez de ajudares a mãe,
ó inteligente! – diz o pequeno Polegar que já não aguentava que o Anelar pensasse
que era mais inteligente por ser mais velho.
Ora, quer pelos irmãos, quer pelos pais, o
insulto foi muito levado a mal, e foi castigado. Não consegui perceber por que
é que foi castigado, se pelo barulho, se pelos risos dos irmãos. O que é certo
é que ele mal percebeu que ia ser castigado pegou na sua mochila, que tinha o
lanche da escola, e fugiu para a floresta, com um objetivo: ir viver para a
Mansão Polegares, uma lenda na qual todos os Polegares (sim, apenas os
Polegares) acreditam, pois acreditam que tudo o que lhes dizem é fixe.
Agora, porque foi ele para o meio de uma
floresta apenas com um lanche da escola, à procura de uma mansão que nem sequer
sabe se existe, apenas por causa de um castigo? De novo a história está
encadeada. Sempre que há problemas em casa, os Polegares são culpados pelos
pais, e o nosso Polegar não era diferente dos outros. Farto dos problemas,
decidiu ir em busca da Mansão Polegares a fim de, claro, ter uma vida livre de
qualquer culpa. Tal como diz a Lei dos Polegares que residem na mansão: «A
Mansão Polegares não tem nem tribunal nem sequer a palavra culpa.»
Bem, agora vamos descobrir a história desta
aventura de 4 dias, através do diário do Polegar. Espero que gostem! Encontramo-nos
no final da história. Quer dizer… quando os apontamentos do diário acabarem.
«Diário do Polegar»
«Dia 1
Dia da fuga e do início do rumo à Mansão
Mindinhos. Vou pela Floresta dos 7 Receios até á mansão, deixando pedrinhas
pelo caminho, desde o início da floresta até lá, para não me perder.»
Upps!
Esqueci-me de vos dizer que os apontamentos
estão corrigidos pois ele ainda não sabe escrever bem. Anda no 1ºano e ainda só
tem 6 anos. Pronto, é a única informação necessária neste momento.
«Dia 2
Acabou-se o lanche, mas encontrei umas bananas!
Já vou a meio do caminho, pois apanhei boleia nas lianas dos macacos e no dorso
do urso, e agora vou ver se arranjo boleia no dorso da chita.
Dia 3
Têm andado uns helicópteros à procura de um Polegar
na Floresta. Eis o que dizia no helicóptero: POLEGAR VEM PARA CASA NÓS
PERDOAMOS-TE. Será que há outro Polegar na Floresta ou andam à minha procura?
Bem, pelo sim pelo não, vou continuar o meu caminho pelas lianas, pois estou
mais escondido debaixo das árvores.
Dia 4
Estou quase a chegar à …»
Bem neste momento o nosso Polegar foi
resgatado pelos seus irmãos, que estavam no helicóptero, mas como estavam
fartos dele, sem os pais repararem, cortaram a corda, abandonando o Polegar na
Floresta dos 7 Receios. Quando deram conta (os pais) perguntaram aos filhos:
- O Polegar??
- Caiu - diz o Anelar, que o abandonou por
vingança.
Sendo o mais velho, os pais acreditaram
nele.
Enquanto procuram o nosso pequeno Polegar,
este encontra as suas pedras e segue a sua rota até á mansão, marcando de novo
com pedrinhas o seu caminho. Porém agora não temos mais acesso ao diário, pois
a caneta do Polegar acabou.
Segundo a avestruz, que foi mandada pela
família do Polegar para o encontrar, o relato é o seguinte, mesmo com palavras
dela:
- Ia procurando-o
e pelo caminho encontrei umas pedras. Bem… muitas pedras. Quando dei conta, havia
uma fila delas. Não resisti à tentação, tive de as devorar. Caso não saibam,
tenho uma doença - a devoritite litósfica - não deve ser nada, pois procurei na
minha enciclopédia e nada encontrei. E quando dei conta ia na 543ª pedra, quer
dizer, pedrinha, pois era tão pequena… Enfim, decidi pegar no meu saco e
guardá- las para quando encontrasse o Polegar e viesse embora. Como me disse o
meu pai, «Hoje comes, guardas para amanhã, pois não sabes o que aí vem». Ia
cada vez mais perto de ver o fim das pedrinhas, quer dizer, do circuito das
pedrinhas. O meu relógio já marcava 79 km! Chegou o fim das pedrinhas.
Encontrei um Polegar e perguntei se era o Polegar. Que pergunta estúpida, visto
que ele era um polegar. Também ele ficou confuso, então expliquei-lhe tudo. Confirma-se:
Polegar Direita da Esquerda encontrado. Levei-o até casa em quatro dias. Coitadinho…
estava tão cansadinho! Tive pena dele, ele…
- Siga com a história, ignore os detalhes e
vá direta ao assunto! – interrompi. Não aguentava ver aquela avestruz
engolidora de pedras chorar, parecia que até as lágrimas eram de pedra.
- E ele pelo caminho contou-me o porquê de
fugir de casa, que é…
- Já sei, li o diário que ele me mostrou –
interrompi de novo. Não quero que leiam um testamento, mas sim uma curta
história, comparada às outras de 134 páginas, e daí em diante… Enfim, vamos ao
assunto.
- Entreguei-o aos pais, teve um castigo, mas
não fugiu de casa. Um castigo não muito duro - teve que limpar e consertar tudo
o que ao sair de casa e ao fugir derrubou, dado que ninguém limpou, porque
estiveram à procura dele. Já o Anelar…foi preso por 12 anos, por abandono
intencional de um menor, e por mentir aos pais.
Bem, eu abreviei, pois, a avestruz é muito
ligada a detalhes, contou-me todo o julgamento, vejam só.
Depois de todo este insólito, tudo ficou
resolvido e algo mudou. O Governador Braço alterou a Constituição, criada em
1900 a contar pelos dedos das mãos, mudando a Lei nº143 artigo 89 que passou a
dizer que os Polegares são tantas vezes culpados quanto os outros dedos, ou
seja, os Polegares não deverão ser culpados e julgados sem devidas razões, e os
castigos deverão ser iguais aos dos outros dedos.
O Polegar tirou boas notas na escola,
doutorou-se em Direito e é neste momento considerado o melhor juiz da Cidade
dos Dedos, sendo o mais justo e fiel à constituição da Cidade. Casou-se com a
Polegar com Unhas de Gel e teve um filho, também ele polegar, que se chama
Polegar com Unhas da Direita. Hoje tem uma vida feliz, com a sua esposa e o seu
filho.
E pronto, aqui encerro a minha fábula/conto/história, e neste finalzinho, para alimentar a vossa curiosidade, digo-vos só que a história de fugir de casa repetiu-se, mas desta vez para ir ter com uma menina polegar - a Polegar Unhas Rosa. E quanto à Mansão Polegares, é o lugar onde nos sentimos bem, aconchegados, acompanhados da nossa família. A nossa casa.
Henrique Ferreira,
8ºVB
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“Aquele
leão era mesmo convencido.
-
Sou rei dos animais – rugia, sentado no rochedo que lhe servia de trono.
E os bichos encolhiam-se porque ele é que mandava naquelas terras como antes tinham mandado o seu pai e o seu avô.” (in O livro das datas, Luísa Ducla Soares)
O LEÃO CONVENCIDO
Há muito, muito tempo, havia no meio da
savana um leão que era muito convencido. Estava convencido que iria ser rei
para sempre, e rugia no seu trono:
- Sou rei dos animais! Sou eu que mando
nestas terras, tal como mandaram o meu pai e o meu avô!
E é claro que todos os bichinhos se
encolhiam porque sabiam que, naquela altura era ele que mandava ali, e quem não
obedecesse às suas ordens era logo condenado à prisão.
Ultimamente, o rei estava a ser mesmo muito
mau com os seus súbditos. Então, uma noite, um grupo de hienas roubou-lhe
sorrateiramente a coroa enquanto ele dormia. Mas, quanto elas se preparavam
para fugir, um guarda búfalo apanhou-as e as hienas foram presas.
Mas haveria eleições em breve. O Tigre,
que era um candidato para a liderança, quando vieram as eleições, ficou logo em
primeiro na primeira votação. O leão sabia que tinha de fazer algo para se
queria continuar a ser rei. Pensou bastante e soube o que ia fazer. Chegou ao
palco e disse:
- Eu apercebi-me do meu erro...
Os animais pensaram que o rei ia prometer
que não ia mais ser mau para os outros animais, mas ele acrescentou:
-
EU VOU COBRAR MENOS NOS IMPOSTOS!
E já sabemos quem ganhou as eleições: o
Tigre, porque os animais não queriam saber do dinheiro, queriam um rei que
fosse bom para os animais, que não gritasse a toda a hora. Queriam um bom rei.
Quanto ao leão…. Bem, este aprendeu a lição: pensar duas vezes antes de fazer o que quer que seja, ou sofrer as consequências.
Tiago Costa, 5ºRC
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É inacreditável! Quem é que me explica o que aconteceu? Já é o terceiro dia que passo deitado no sofá, e tremo de medo. Não compreendo nada. (in Como se chama, Daniil Harms)
Esta pandemia entrou na minha vida sem eu pedir, e não me deixa descansar. Estou sempre á espera de notícias más, não posso conviver com as pessoas que mais gosto e admiro, como é o caso dos meus queridos avós, das minhas amigas do andebol, da escola, da catequese… Enfim, tudo mudou.
Vivo com a constante preocupação de desinfetar as mãos, de colocar a máscara de forma correta… Que triste é esta nova realidade em que vivemos!
Como uma criança de 11 anos que sou, digo-vos que a Covid-19 mudou a minha rotina. Contudo, também me deu a oportunidade de estar mais com a minha irmã e com os meus pais e de passear a pé pelos montes perto de minha casa.
Decidi sair do sofá, deixei de ter medo e parti à aventura com a ajuda do meu pai. Construí um circuito pedonal que termina num baloiço com vista para a minha cidade. Calcei as galochas, vesti a minha pior roupa e confesso que me diverti muito. Entre lama e ramos no chão, as pedras nas galochas, os sorrisos eram o mais importante e constantes. Tentava ultrapassar cada adversidade que encontrava e, no final, o desafio estava concluído.
Matilde é o meu nome, 11 a minha idade, coragem a minha virtude e Covid 19 a minha realidade.
Deixemos os nossos olhos sorrir.
Matilde Nogueira, 6ºRB
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As aventuras de Jorge
“Ao canto, junto à janela, sentado no
sofá de pele preta, o último cliente fita as mãos, postas em concha no regaço.
Tem os ombros descaídos e a cabeça baixa; mal se dá por ele na sala de espera
ampla, neste fim de tarde cinzento.” (in Como outro
qualquer, Ana Saldanha)
O seu nome é Jorge, ele parece estar triste com algo, mas ninguém repara… Ele está à espera para cortar o cabelo, quando uma mulher muito feia sai de uma salinha e diz:
— Tu, aí no canto, entra!
Jorge
entrou e viu uma sala negra, com paredes cobertas de ingredientes estranhos e
um caldeirão no centro.
—
E…eu pensava que vinha cortar o cabelo, lá fora diz que ist…
—
Eu sei o que diz! Mas não te mandei embora porque sei que precisas de alguma
coisa! Algo te incomoda, algo te deixa triste…
—
Tens razão, é que parti à aventura recentemente aqui em Itália, não tenho como voltar para casa! Só queria voltar
para casa! Voltar a ver a minha família em Portugal!
— Então, eu concedo-te esse desejo!
Entra! — disse a mulher feia apontando para o caldeirão, sorrindo maliciosamente…
A princípio Jorge estranhou ter de entrar no caldeirão, mas
lá aceitou. A senhora murmurou umas palavras inaudíveis e o caldeirão sugou-o.
Passados alguns segundos, deu por si numa gruta, em qualquer parte do mundo que
ele não conhecia.
— Onde estou?
— Estás no Canadá — respondeu uma voz do outro lado da gruta.
— Quem está aí? — perguntou Jorge virando-se lentamente e
vendo um par de olhos incandescentes.
—
Sou o Pedro — disse avançando, mostrando-se, um urso grande e castanho —
Espera, és um humano? Não costumo ter visitas destas por aqui!
—
E…eu sou o Jorge e sim, sou um humano. Acho que fui enganado por uma senhora
que prome…me…teu que me levava a casa… — gaguejou ele, recuando.
—
Prazer em conhecer-te Jorge. Não precisas de fugir que eu não te faço mal, ao
contrário de muitos outros. Queres chá?
—
Até que não vinha a calhar mal, pode ser, está um frio desgraçado!
—
É caso para dizer, bem-vindo ao inverno do Canadá! — ironizou — Que é que
estavas a dizer sobre uma tal senhora que te enganou?
—
Bem, eu fui a uma suposta barbearia, para cortar o cabelo. Eu era o último cliente
do dia e ela mandou-me entrar. Quando eu entrei, ela disse que tinha reparado
que eu estava triste e eu disse que queria voltar para casa. Depois, quando dei
por mim, estava aqui!
—
Bruxas… — reclamou, ao mesmo tempo que servia o chá — É impressionante, elas
enganam as pessoas e levam-nas para lugares onde acham que vão destruí-las!
Enganou-se em relação a mim! Não sou esse tipo de urso!
—
Como é que sabes tudo isso sobre as bruxas?
—
Bem, tenho de admitir que quando era pequeno abri a porta da casa de um humano.
Lá dentro tinha um jornal e eu li um artigo sobre as bruxas, mas já foi há
tanto tempo que ninguém, além de mim, se deve lembrar.
—
Será que me podias ensinar mais sobre elas?
—
Claro! Elas usam sítios disfarçados como barbearias e cabeleireiros para atrair
as pessoas e mandam-nas para lugares onde acham que vão destruí-las.
—
Essa parte eu já percebi.
—
Elas querem destruir as pessoas porque querem que o mundo seja dominado por
bruxas!
—
Ah! Mesmo assim continua a ser estranho…
—
Olha, tu não querias voltar para casa? Mas onde é a tua casa?
—
É em Portugal.
—
É um país muito bonito! Vi fotos numa revista. Se quiseres podes apanhar um
barco para lá. Vai partir um amanhã!
—
Eu quero ir para casa, mas quero dar uma lição àquela bruxa primeiro!
—
Boa! É esse o espírito! Mas onde é que ela te fez isso?
—
Foi em Itália.
—
E o que é que tu estavas lá a fazer?
—
Eu parti à aventura, e depois não tinha como voltar para casa!
—
Está bem, está bem! Daqui a três dias parte um navio para Itália.
—
Como é que sabes os horários dos navios todos?
—
Eles anunciam na rádio para as pessoas saberem e eu tenho um rádio.
—
Até lá posso ficar aqui?
—
Claro! Fazes-me companhia! — respondeu o Urso Pedro, animado.
No
dia seguinte, acordaram cedo para preparar o pequeno-almoço. Pedro cantava
alegremente enquanto fazia as suas fabulosas panquecas.
Quando
acabaram de tomar o pequeno-almoço, arrumaram a loiça e começaram a pensar num
plano para neutralizar a bruxa:
—
Eu acho que devíamos empurrá-la para dentro do próprio caldeirão e mandá-la
para cá. Os meus amigos tratam do resto! — sugeriu o Pedro.
—
Concordo. Mas como? — questionou o Jorge.
—
Elas têm a poção já preparada, é só dizer o lugar: Canadá.
—
Deixa-me adivinhar, aprendeste no jornal?
—
Sim… — disse, fazendo Jorge rir.
Dois
dias se tinham passado e o plano estava decidido, Jorge ia para Itália no navio
e ia mandar a bruxa para o Canadá. Depois ele ia fazer evaporar a poção e ia
para casa noutro barco que ele descobrisse.
Jorge
entrou no navio às escondidas de todos, escondeu-se no meio da mercadoria e
ficou lá. De vez em quando ia roubar um pouco de comida porque já estava esfomeado.
Quando
desembarcaram, foi devagarinho para ninguém o ver e começou a procurar a
maldita bruxa.
Passados
dois dias, finalmente encontrou a bruxa na sua “barbearia”. Atirou-a para
dentro do caldeirão com toda a força que pôde e disse:
—
Canadá!
Rapidamente
a bruxa foi sugada e transportada para o Canadá, onde os amigos do urso Pedro
estavam à espera dela, pregando-lhe um susto e fazendo-a prometer que nunca
mais ia tentar destruir ninguém.
Jorge
voltou para casa, são e salvo, noutro navio, e viveu feliz para sempre em
Portugal, com a sua família!
Filipa Dias, 6ºVA
Textos cada vez maiores...
O desafio era este: começar com uma palavra e ir dobrando o seu número, num exercício desbloqueador da escrita. Os resultados surgiram, com a qualidade e a criatividade que podem comprovar. Parabéns a estes nossos participantes do ensino secundário!
Acordou.
Quem? Onde?
Lentamente, abriu os olhos.
Habituando-se à luminosidade, começou a observar a paisagem.
Um bosque. Sentia a erva com orvalho a roçar-lhe os
tornozelos descalços; o vento sibilava, misterioso.
Ouvia o cantar dos pássaros ocultos nas copas das árvores
verdejantes. Ouvia também outro som, que rapidamente reconheceu como sendo o de
água corrente. Um rio? Curiosa, caminhou em direção ao som.
O trilho era plano, a relva e vegetação cuidadas como uma
espécie de jardim. Não havia uma única nuvem a manchar o azul do céu; o sol
brilhava, radiante. Uma paisagem tão perfeita e pacífica que não se
surpreenderia se lhe aparecesse uma fada. Enquanto tinha estes pensamentos, o
som da água tornava-se mais e mais intenso. Mas quando chegou ao riacho, parou,
chocada.
À esquerda o terreno subia, e descia para a direita. E, no
entanto, o rio corria em direção às colinas. Moveu-se lentamente em direção à
água cristalina. Viu o reflexo de uma bela jovem, com cabelo loiro cuidado,
cortado pelos ombros, uma franja reta. Foi rapidamente interrompida por um
barulho vindo dos arbustos. Avançou, cautelosa; e, quando estava a um passo da
vegetação, algo saltou dela diretamente para a sua cabeça. Ela gritou e deu um
salto para trás. A medo, tocou no bicho, ainda em cima de si. Tinha pele macia,
com pelagem curta e sedosa. Vendo que o toque não produzia resposta, agarrou-o
com a outra mão e levantou-o. Era leve, algo mole e muito fofo. Pousou a
criatura no chão, com apreensão cuidadosa, e observou-a.
De violenta e assustadora, esta não tinha nada. Na verdade,
era bem adorável: olhava-a com curiosidade uma espécie de gato preto, com pelo
mais raro e curto que o normal, e uns grandes olhos sonhadores. Que rapidamente
ganharam um tom irritado. “O quê, nunca viste?” - para surpresa da menina, era
o gato que falava. Olhou-o, pasmada. “Segue-me.” – replicou o felino, com um
suspiro. Começaram a caminhar em direção às colinas; o gato ia-se explicando.
“O meu nome é Ben. Deves estar a perguntar-te que sítio é este. Estamos no Bosque
Desencantado, e este é o Rio Contrário. Se seguirmos a corrente durante alguns
quilómetros, chegamos à Gatunlândia, a cidade dos Gatos Falantes, a minha
espécie.” Ben contava à menina a história da cidade, como os seus antepassados
tinham conquistado aquele pedaço de terra num fim-do-mundo e transformá-lo numa
cidade cosmopolita cheia de luz e de vida. “O nosso líder, Dante Felinstein, irá
explicar-te o motivo de estares aqui, mas ele é um pouco… err… bem, já vais ter
o prazer de o conhecer. Já estamos quase lá.” E estavam, de facto. Já se
começavam a ver luzes e colunas de fumo ao longe. Mais alguns minutos a
caminhar e a menina começaria a ter uma visão mais nítida da cidade:
arranha-céus de chapa erguiam-se, luminosos, com uma beleza algo brutesca,
cercados por veículos aéreos e vapor. Tudo era vapor, luzes e chapa: o perfeito
exemplo de uma cidade steampunk, diretamente saída de um conto
distópico. Via centenas de Bens com óculos de aviador e gabardines.
Estes conversavam e conduziam mini aeroplanos a vapor,
aterrando em cervejarias publicitadas por enormes sinais vermelhos, piscando
incessantemente. Tubos de cobre e passadeiras hidráulicas serpenteavam por tudo
o que era espaço livre na urbe. Nestas, trabalhadores cansados comutavam do
trabalho para casa, depois de um longo dia a produzir peças metálicas para
máquinas a vapor em máquinas a vapor metálicas. A menina estava demasiado
imersa nos sons e luzes da cidade para refletir sobre a sua assustadora falta
de floradd. Mal pôs pé debaixo do enorme letreiro de entrada da Gatunlândia,
Ben e a companheira foram recebidos por uma pequena aeronave, com asas de
couro, conduzida por um robôzinho engraçado, com uma lâmpada em vez de cabeça.
“Entrem.” – soou uma voz metálica pelo altifalante da avioneta. E assim
fizeram; em poucos minutos, chegaram ao topo do maior arranha-céus de toda a
cidade. Aterrando numa plataforma, um gato-mordomo recebeu-os e conduziu-os a
uma pequena sala de espera no seu interior. “Por favor sentem-se. O Dr.
Felinstein está à vossa espera.”. Ben pareceu nervoso. De dentro do gabinete,
vinham berros; ouvia-se vagamente o que parecia ser um chefe muito zangado a
despedir um funcionário muito assustado. E de facto, segundos depois, a porta
bateu e uma gata chorosa saiu. “SEGUINTE!” – berrou a voz zangada. Ben e a
menina foram conduzidos para dentro do gabinete. Sentado atrás de uma
secretária em forma de báu gigante, estava um gato grande, gordo, com uma
expressão irritada e pelo malhado como o de um tigre. Fez sinal para se
sentarem. Falava rápido, numa voz rouca e grotesca. “O meu nome é Dante
Felinstein – para ti, Senhor Felinstein – e sou o presidente da Gatunlândia.
Este é o Ben – já conheceste o Ben? - a quem eu ordenei que te raptasse e
trouxesse até aqui.” “Raptar? Como assim rap-“ – a menina falava pela primeira
vez, numa voz doce e assustada. “Está calada e deixa-me falar. Precisava de
mais humanos para operar as grandes máquinas, por isso mandei raptar… talvez
sessenta miúdos. Como tu. O teu nome era Mariana e vivias numa casa pobre no
Porto. Agora és a operária número 5548.” Ben estendeu-lhe um fato de macaco cinzento-rato
e indicou-lhe a porta, murmurando um “desculpa”. Os meses seguintes passaram
rápido: uma revolução começava a surgir no seio da fábrica de peças
hidráulicas, entre Mariana e as outras crianças. Um dia, decidiram por o seu
plano em prática: não ir trabalhar. Enquanto os guardas estavam à sua procura, as
crianças voavam até ao topo do arranha-céus de Dante, onde, evitando mordomos e
soldados, o raptaram, e abandonaram no meio do Bosque Desencantado, salvando a
Gatulândia da sua tirania. Gratos, os gatos pediram a Mariana que ficasse e
liderasse a cidade. “Não posso – tenho de voltar para casa. Ben, apesar de
tudo, sei que tens bom coração. Por favor, toma o lugar de presidente. Por
mim.”. E assim fez. Claro que tudo isto aconteceu há muito tempo, e já ninguém
vivo na Gatunlândia se lembra de Mariana – mas a sua estátua de cobre no
coração da cidade torna eterna esta história.
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Joaquim Leal, 11ºVB
Chove…
Água cai…
Uma localidade ou acontecimento?
São as duas: uma localidade e um acontecimento.
Não sabiam? Não é freguesia, apenas um lugar da freguesia de S. Mamede de Recezinhos, Penafiel.
Estas duas palavras - “Água cai” - em conjunto têm vários significados. Estamos em Portugal e, por isso, estes são apenas dois deles, sendo um deles bastante desconhecido para algumas pessoas, não é verdade!?
O que é que eu estava a dizer…!?
Já me lembro, estava a falar do tempo. Tenho de arranjar motivo de conversa, pois nunca sei o que dizer quando estou a falar com alguém, ou pelo menos a tentar… Não sou daqueles jovens extrovertidos e muito sociáveis. Prefiro adquirir conhecimento a descobrir coisas, fisicamente ou virtualmente (internet, Youtube, pois não tenho nenhuma rede social).
Tendo em conta que estou a falar dos
meus gostos, vou dar-me a conhecer mais um pouco.
Eu considero-me um pouco diferente
desta geração a que pertenço. Para além de ser menos tecnológico, e esta é a
principal diferença, eu gosto muito de construir miniaturas de veículos e
muitas outras coisas, com os mais diversos materiais, mas essencialmente
madeira e ferro. Gosto de consertar eletrodomésticos, máquinas elétricas, a
combustão, veículos… tudo que eu e as minhas ferramentas permitirem. E também
gosto de ler e de escrever poemas, apesar de que desde o fim do 9º ano não
tenha tido muita inspiração para tal.
Espero que tenham ficado a conhecer
um pouco sobre mim, e se o suposto era escrever uma história, considera-se isto
um pouco da minha.
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Diogo Sousa, 11ºVD
Anoiteceu.
Tudo mudou,
algo inexplicável havia
acontecido.
Ninguém sabia o que era ou
quem era,
todos sabiam que algo não estava certo e que o
que aconteceu iria mudar o mundo.
No dia 17 de abril de 109, por volta da 1:43 da
manhã, entrou na atmosfera algo nunca antes visto e que não havia sido detetado
pela WSO (World Space Organization), aquela
que
era a mais sofisticada e mais avançada organização da galáxia. Esse
acontecimento viria a mudar a história, e ganhou até o nome “The first
cosmic contact”, o próprio nome diz tudo. Nesse dia contactamos pela
primeira vez com aqueles que viriam a ser os nossos novos amigos. Hawkes de nome,
tinham várias parecenças com uma ave que havia entrado em extinção na Terra,
o falcão - daí o nome Hawkes. Estes não
sabiam comunicar através da nossa língua, e foram precisos anos para arranjar
um meio para comunicarmos com eles. Foi assim que surgiu o “ MockingBird
“, um dispositivo que nos permitia fazê-lo. Este aparelho veio mudar várias
coisas na nossa vida, desde a descoberta que estes eram de outra galáxia até mesmo
à descoberta de outros tipos de vida no universo.
Atualmente, 22
de maio de 158, podemos observar a cooperação entre Hawkes e humanos, e já
conseguimos descobrir mais sete diferentes tipos de seres extraterrestres.
Acredita-se que em 200 já sejamos capazes de comunicar com todos, isto tudo
graças aos Hawkes, uma vez que, mesmo que por engano, embateram naquele que é o
famoso
Planeta
X.
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Expressão de sentimentos
Mais um texto com "palavras (des)confinadas" da Gabriela Barros, do 10ºVB. Uma bela partilha.
Gostaria de dizer que sei me exprimir por
palavras, tanto escritas como ditas, mas, infelizmente, não sei. Tento dar o
conhecimento dos meus sentimentos por atos, que muitas vezes não são
reconhecidos, por serem pequenos.
Mas o que posso eu fazer?
Tento escrever, o que me ajuda um pouco. Tento dançar, mas sou péssima. Tento
cantar (nem falo do quanto se assustariam ao ver-me fazê-lo). Porém, quando
tento demonstrar os meus sentimentos por atos, não sou muito bem recebida.
Porque a verdade, que custa a muitos aceitar, é que nós, seres humanos,
gostamos de palavras bonitas, gostamos de ouvir o que nos agrada, mesmo quando as
palavras não são verdadeiras.
Sentimentos. Muitos, como
eu, não os conseguem exprimir, pois é difícil. É realmente difícil. E, um dia,
devido a essa dificuldade, vamo-nos arrepender de não os expressarmos, de
não dizermos o que realmente sentimos. E poderemos perder para sempre essa
oportunidade, pois a vida não espera por nós e pelas nossas complicadas
emoções. O tempo passa como um sopro e, quando percebemos, já não podemos fazer
mais o que dizíamos que faríamos.
Gostaria, por vezes, de ser mais fácil. Gostaria de conseguir dizer aos que mais amo que os amo. Mas proferir esta palavrinha, com apenas duas vogais e uma consoante, é mais complicado para uns do que para outros. Somos todos diferentes. Com as nossas personalidades complexas. Com os nossos pensamentos estranhos. Com as nossas formas invulgares de nos expressarmos. Com os nossos sentimentos a ferver a todo vapor, como um vulcão prestes a entrar em erupção.
Por isso, escolhi a música. Não para a tocar, já que não o sei fazer. No entanto, escolhi-a como aliada dos meus sentimentos, dado que é a única que parece compreender-me. A música deixa-me ser livre. Vê-me a dançar e, por mais horrível que seja a fazê-lo, não me julga. Ouve-me a cantar, desafinadamente, mas a cantar como se fosse uma profissional. Acompanha-me nas minhas tentativas de escrever alguma coisa que preste. Ela, certamente, é a minha companheira quando mais preciso. A única que sei que me vai compreender verdadeiramente. A música é a arte dos sons e dos ritmos e é, de certeza, a arte que mais aprecio.
Gabriela Barros, 10ºVB